'Do' na Bíblia
Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém:
Que vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol?
Gerações nascem e gerações morrem, mas a terra permanece sempre do mesmo jeito.
O sol se levanta no horizonte e ao fim do dia se põe, e depressa volta ao lugar de onde se levanta para um novo dia.
O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; de modo que nada há novo debaixo do sol.
Será que há algo do qual se possa dizer: ‘Vê! De fato, isto é absolutamente inédito?’ Não! Já existiu em épocas anteriores à nossa.
Ninguém se lembra dos que viveram na antiguidade. Não há recordações do que aconteceu no passado, e mesmo o que ainda vier a ocorrer de significativo não será lembrado por todos que vierem depois disso.
E apliquei o meu coração a esquadrinhar e a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; essa enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens, para nela os exercitar.
Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito.
Falei comigo mesmo, dizendo: Eis que eu me engrandeci, e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim em Jerusalém; na verdade, tenho tido larga experiência da sabedoria e do conhecimento.
Por esse motivo me esforcei ao máximo para compreender a sabedoria, bem como a loucura e a insensatez; contudo, o que aprendi, de fato, é que isso igualmente é correr atrás do vento.’
Do riso disse: Está doido; e da alegria: De que serve esta?
Busquei no meu coração como me daria ao vinho (regendo, porém, o meu coração com sabedoria) e como reteria a loucura, até ver o que seria melhor que os filhos dos homens fizessem debaixo do céu, durante o número dos dias de sua vida.
Adquiri servos e servas e tive servos nascidos em casa; também tive grande possessão de vacas e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de mim, em Jerusalém.
E engrandeci-me e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim, em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria.
E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito; e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito e que proveito nenhum havia debaixo do sol.
Então, vi eu que a sabedoria é mais excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas.
Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o louco anda em trevas; também, então, entendi eu que o mesmo lhes sucede a todos.
Porque nunca haverá mais lembrança do sábio do que do tolo; porquanto de tudo nos dias futuros total esquecimento haverá. E como morre o sábio, assim morre o tolo!
Pelo que aborreci esta vida, porque a obra que se faz debaixo do sol me era penosa; sim, tudo é vaidade e aflição de espírito.
Também eu aborreci todo o meu trabalho, em que trabalhei debaixo do sol, visto como eu havia de deixá-lo ao homem que viesse depois de mim.
E quem sabe se será sábio ou tolo? Contudo, ele se assenhoreará de todo o meu trabalho em que trabalhei e em que me houve sabiamente debaixo do sol; também isso é vaidade.
Pelo que eu me apliquei a fazer que o meu coração perdesse a esperança de todo trabalho em que trabalhei debaixo do sol.
Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, e ciência, e destreza; contudo, deixará o fruto do seu labor para ser porção de quem não trabalhou nele; também isso é vaidade e um grande mal.
Porque que mais tem o homem de todo o seu trabalho e da fadiga do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol?
Não é, pois, bom para o homem que coma e beba e que faça gozar a sua alma do bem do seu trabalho? Isso também eu vi que vem da mão de Deus.
(Porque quem pode comer ou quem pode gozar melhor do que eu?)
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu:
tempo de atirar pedras e tempo de guardar as pedras; tempo de abraçar e tempo de se apartar do abraço,
Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na mente do homem a idéia da eternidade, se bem que este não possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim.
Já tenho conhecido que não há coisa melhor para eles do que se alegrarem e fazerem bem na sua vida;
e também que todo homem coma e beba e goze do bem de todo o seu trabalho. Isso é um dom de Deus.
O que é já foi; e o que há de ser também já foi; e Deus pede conta do que passou.
Vi mais debaixo do sol: no lugar do juízo, impiedade; e no lugar da justiça, impiedade ainda.
Porquanto a sorte do ser humano e a do animal é idêntica: como morre um, assim morre o outro, e ambos têm o mesmo espírito, o mesmo fôlego de vida; de fato, o ser humano não tem vantagem alguma sobre os animais. E, assim, tudo não passa de uma grande ilusão!
Tudo e todos se dirigem para o mesmo fim: tudo vem do pó e tudo retorna ao pó.
Quem pode afirmar que o alento, o espírito humano, sobe às alturas e que o fôlego do animal desce à terra?
Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; porque quem o fará voltar para ver o que será depois dele?
Depois, voltei-me e atentei para todas as opressões que se fazem debaixo do sol; e eis que vi as lágrimas dos que foram oprimidos e dos que não têm consolador; e a força estava da banda dos seus opressores; mas eles não tinham nenhum consolador.
Pelo que eu louvei os que já morreram, mais do que os que vivem ainda.
E melhor que uns e outros é aquele que ainda não é; que não viu as más obras que se fazem debaixo do sol.
Também vi eu que todo trabalho e toda destreza em obras trazem ao homem a inveja do seu próximo. Também isso é vaidade e aflição de espírito.
Melhor é uma mão cheia com descanso do que ambas as mãos cheias com trabalho e aflição de espírito.
Outra vez me voltei e vi vaidade debaixo do sol.
Há um que é só e não tem segundo; sim, ele não tem filho nem irmã; e, contudo, de todo o seu trabalho não há fim, nem os seus olhos se fartam de riquezas; e não diz: Para quem trabalho eu, privando a minha alma do bem? Também isso é vaidade e enfadonha ocupação.
Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho.
Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante.
Melhor é o jovem pobre e sábio do que o rei velho e insensato, que se não deixa mais admoestar.
Porque um sai do cárcere para reinar; sim, um que nasceu pobre no seu reino.
Vi todos os viventes andarem debaixo do sol com o jovem, o sucessor, que ficará em seu lugar.
Todo o povo, à testa do qual se achava, era inumerável; contudo os que lhe sucederam não se regozijarão a respeito dele. Na verdade também isso é vaidade e desejo vão.
Guarda o teu pé, quando entrares na Casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.
Porque da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo, da multidão das palavras.
Melhor é que não votes do que votes e não pagues.
Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que foi erro; por que razão se iraria Deus contra a tua voz, de sorte que destruísse a obra das tuas mãos?
Se vires em alguma província opressão de pobres e a violência em lugar do juízo e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso; porque o que mais alto é do que os altos para isso atenta; e há mais altos do que eles.
O proveito da terra é para todos; até o rei se serve do campo.
Quem ama o dinheiro não se fartará de dinheiro; nem o que ama a riqueza se fartará do ganho; também isso é vaidade.
Onde a fazenda se multiplica, aí se multiplicam também os que a comem; que mais proveito, pois, têm os seus donos do que a verem com os seus olhos?
Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir.
Há mal que vi debaixo do sol e atrai enfermidades: as riquezas que os seus donos guardam para o próprio dano.
Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará, indo-se como veio; e nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão.
Mas há ainda outro mal doloroso: concluir ao final da vida que simplesmente correu atrás do vento; do mesmo modo como veio; assim vai.
Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer, e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias da sua vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção.
E quanto ao homem, a quem Deus deu riquezas e fazenda e lhe deu poder para delas comer, e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho, isso é dom de Deus.
Porque não se lembrará muito dos dias da sua vida; porquanto Deus lhe responde na alegria do seu coração.
Há um mal que tenho visto debaixo do sol e que mui frequente é entre os homens:
Se o homem gerar cem filhos e viver muitos anos, e os dias dos seus anos forem muitos, e se a sua alma se não fartar do bem, e além disso não tiver um enterro, digo que um aborto é melhor do que ele,
E, ainda que nunca viu o sol, nem o conheceu, mais descanso tem do que o tal.
Todo trabalho do homem é para a sua boca, e, contudo, nunca se satisfaz a sua cobiça.
Porque, que mais tem o sábio do que o tolo? E que mais tem o pobre que sabe andar perante os vivos?
Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cobiça; também isso é vaidade e aflição de espírito.
Seja qualquer o que for, já o seu nome foi nomeado, e sabe-se que é homem e que não pode contender com o que é mais forte do que ele.
Porque, quem sabe o que é bom nesta vida para o homem, por todos os dias da sua vaidade, os quais gasta como sombra? Porque, quem declarará ao homem o que será depois dele debaixo do sol?
Melhor é a boa fama do que o melhor unguento, e o dia da morte, do que o dia do nascimento de alguém.
Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque ali se vê o fim de todos os homens; e os vivos o aplicam ao seu coração.
Melhor é a tristeza do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.
O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos, na casa da alegria.
Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir alguém a canção do tolo.
Porque qual o crepitar dos espinhos debaixo de uma panela, tal é o riso do tolo; também isso é vaidade.
Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas; melhor é o longânimo do que o altivo de coração.
Não permitas que a irritação tome conta do teu espírito rapidamente, pois a ira habita no coração dos insensatos!
Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Porque nunca com sabedoria isso perguntarias.
A sabedoria é algo tão bom quanto uma valiosa herança, e é uma bênção para todos quantos vivem debaixo do sol.
Pois o abrigo da sabedoria é como o das muitas riquezas, todavia a vantagem do saber é esta: A sabedoria tem o poder de preservar a vida de quem a possui.
No dia da prosperidade, goza do bem, mas, no dia da adversidade, considera; porque também Deus fez este em oposição àquele, para que o homem nada ache que tenha de vir depois dele.
Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas tolo; por que morrerias antes do teu tempo?
A sabedoria fortalece o sábio, mais do que dez governadores que haja na cidade.
Todos esses conceitos analisei criteriosamente mediante a sabedoria e pensei: ‘Estou decidido a tornar-me sábio’; mas logo notei que a sabedoria está fora do meu alcance.
E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte: a mulher cujo coração são redes e laços e cujas mãos são ataduras; quem for bom diante de Deus escapará dela, mas o pecador virá a ser preso por ela.
Quem é como o sábio? E quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz brilhar o seu rosto, e a dureza do seu rosto se muda.
Eu digo: observa o mandamento do rei, e isso em consideração para com o juramento de Deus.
Não te apresses em deixar a companhia do rei, nem te coloques em má situação apoiando uma causa errada, considerando que o rei faz o que bem lhe aprouver.
Porque a palavra do rei tem poder; e quem lhe dirá: Que fazes?
Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e o modo.
Porque para todo propósito há tempo e modo; porquanto o mal do homem é grande sobre ele.
Tudo isso vi quando apliquei o meu coração a toda obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.
Assim também vi os ímpios sepultados, e eis que havia quem fosse à sua sepultura; e os que fizeram bem e saíam do lugar santo foram esquecidos na cidade; também isso é vaidade.
Então, exaltei eu a alegria, porquanto o homem nenhuma coisa melhor tem debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se; porque isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da sua vida que Deus lhe dá debaixo do sol.
então, vi toda a obra de Deus, que o homem não pode alcançar a obra que se faz debaixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a buscar, não a achará; e, ainda que diga o sábio que a virá a conhecer, nem por isso a poderá alcançar.
Continuação da Pesquisa de Resultados...
Pesquisa Resultados por Versões
Pesquisar Resultado por Livro
- Gênesis (430)
- Êxodo (570)
- Levítico (444)
- Números (510)
- Deuteronômio (388)
- Josué (246)
- Juízes (229)
- Rute (33)
- 1 Samuel (305)
- 2 Samuel (281)
- 1 Reis (373)
- 2 Reis (326)
- 1 Crônicas (245)
- 2 Crônicas (420)
- Esdras (125)
- Neemias (148)
- Ester (120)
- Jó (294)
- Salmos (634)
- Provérbios (328)
- Eclesiastes (127)
- Cantares (42)
- Isaías (501)
- Jeremias (626)
- Lamentações (52)
- Ezequiel (698)
- Daniel (210)
- Oseias (77)
- Joel (35)
- Amós (62)
- Obadias (14)
- Jonas (24)
- Miqueias (58)
- Naum (13)
- Habacuque (19)
- Sofonias (27)
- Ageu (18)
- Zacarias (89)
- Malaquias (26)
- Mateus (275)
- Marcos (159)
- Lucas (292)
- João (174)
- Atos (274)
- Romanos (108)
- 1 Coríntios (110)
- 2 Coríntios (64)
- Gálatas (28)
- Efésios (48)
- Filipenses (22)
- Colossenses (39)
- 1 Tessalonicenses (21)
- 2 Tessalonicenses (16)
- 1 Timóteo (22)
- 2 Timóteo (17)
- Tito (8)
- Filemom (8)
- Hebreus (99)
- Tiago (30)
- 1 Pedro (29)
- 2 Pedro (23)
- 1 João (26)
- 2 João (6)
- 3 João (3)
- Judas (9)
- Apocalipse (157)