Most Popular Bible Verses in Jó

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1

E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles.

3

Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e este era homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal.

5

Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência.

7

Depois disto, o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho e disse:

8

Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti na tua face!

9

Porventura, não o cercaste tu de bens a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e o seu gado está aumentado na terra.

10

quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?

11

E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.

13

E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho na casa de seu irmão primogênito,

15

Porque do pó não procede a aflição, nem da terra brota o trabalho.

16

Fiz concerto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?

17

que veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles;

19

Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo, os meus caminhos defenderei diante dele.

20

Contempla agora o beemote, que eu fiz contigo, que come erva como o boi.

21

Quem prepara para os corvos o seu alimento, quando os seus pintainhos gritam a Deus e andam vagueando, por não terem que comer?

23

Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou,

24

E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal.

25

e eis que deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e eu somente escapei, para te trazer a nova.

26

Estando ainda este falando veio outro e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito,

27

Estando ainda este falando, veio outro e disse: Ordenando os caldeus três bandos, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e só eu escapei, para te trazer a nova.

28

O que faz coisas grandes, que se não podem esquadrinhar, e maravilhas tais que se não podem contar.

29

Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos.

31

Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz!

32

Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e só eu escapei, para te trazer a nova.

34

Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

35

eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei, para te trazer a nova.

36

Mas agora a ti te vem, e te enfadas; e, tocando-te a ti, te perturbas.

37

Chamar-me-ias, e eu te responderia; afeiçoa-te à obra de tuas mãos.

38

Eis que passa por diante de mim, e não o vejo; e torna a passar perante mim, e não o sinto.

39

Mas o homem vão é falto de entendimento; sim, o homem nasce como a cria do jumento montês.

40

Os olhos dos que agora me vêem não me verão mais; os teus olhos estarão sobre mim, mas não serei mais.

41

Os meus ossos se apegaram à minha pele e à minha carne, e escapei só com a pele dos meus dentes.

42

Com ele está a sabedoria e a força; conselho e entendimento tem.

43

Por que razão tomaria eu a minha carne com os dentes e poria a minha vida na minha mão?

44

Contaminem-no as trevas e a sombra da morte; habitem sobre ele nuvens; negros vapores do dia o espantem!

45

Porque nós somos de ontem e nada sabemos; porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra.

46

A minha alma recusa tocar em vossas palavras, pois são como a minha comida fastienta.

47

De pele e carne me vestiste e de ossos e nervos me entreteceste.

48

Quanto mais abominável e corrupto é o homem, que bebe a iniquidade como a água?

49

Porventura, a Deus se ensinaria ciência, a ele que julga os excelsos?

50

Se tu preparaste o teu coração, estende as tuas mãos para ele;

51

Então, Satanás respondeu ao SENHOR e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.

52

Mas agora contas os meus passos; não estás tu vigilante sobre o meu pecado?

53

O estrangeiro não passava a noite na rua; as minhas portas abria ao viandante.

54

Nada lhe sobejará para comer; pelo que a sua fazenda não será durável.

55

Se te converteres ao Todo-poderoso, serás edificado; afasta a iniquidade da tua tenda.

56

Porventura, não te ensinarão eles, e não te falarão, e do seu coração não tirarão razões?

57

Eis que ele derriba, e não se reedificará; e a quem ele encerra não se abrirá.

58

Vida e beneficência me concedeste; e o teu cuidado guardou o meu espírito.

59

E que Deus quisesse quebrantar-me, e soltasse a sua mão, e acabasse comigo!

60

Porventura, não era o teu temor de Deus a tua confiança, e a tua esperança, a sinceridade dos teus caminhos?

61

Um morre na força da sua plenitude, estando todo quieto e sossegado.

62

Eis que arrebata a presa; quem lha fará restituir? Quem lhe dirá: Que fazes?

63

Quem dera que se cumprisse o meu desejo, e que Deus me desse o que espero!

64

Não terá filho nem neto entre o seu povo, e resto nenhum dele ficará nas suas moradas.

65

Então, amontoarás ouro como pó e o ouro de Ofir, como pedras dos ribeiros.

66

Escuta-me, e mostrar-to-ei; e o que vi te contarei;

67

apesar de não haver violência nas minhas mãos e de ser pura a minha oração.

69

Pelo que se tornou a minha harpa em lamentação, e a minha flauta, em voz dos que choram.

70

Estende, porém, a tua mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema de ti na tua face!

71

Ele faz coisas tão grandiosas, que se não podem esquadrinhar; e tantas maravilhas que se não podem contar.

72

Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou.

73

Também isto será a minha salvação, porque o ímpio não virá perante ele.

74

E disse o SENHOR a Satanás: Eis que ele está na tua mão; poupa, porém, a sua vida.

75

porque, então, o teu rosto levantarás sem mácula; e estarás firme e não temerás.

76

Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu lugar jamais o conhecerá.

77

se há iniquidade na tua mão, lança -a para longe de ti e não deixes habitar a injustiça nas tuas tendas,

78

Se agora não é assim, quem me desmentirá e desfará as minhas razões?

79

Aos conselheiros leva despojados e aos juízes faz desvairar.

80

Por que me perseguis assim como Deus, e da minha carne vos não fartais?

81

Sou eu, porventura, o mar, ou a baleia, para que me ponhas uma guarda?

82

A escuridão tome aquela noite, e não se goze entre os dias do ano, e não entre no número dos meses!

83

Com ele está a força e a sabedoria; seu é o que erra e o que faz errar.

84

Ah! terra, não cubras o meu sangue; e não haja lugar para o meu clamor!

85

Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam isso mesmo.

86

Lembra-te, agora: qual é o inocente que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos?

87

quando se agacham nos covis e estão à espreita nas covas?

88

Se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando o meu delito no meu seio,

89

para pôr os abatidos num lugar alto; e para que os enlutados se exaltem na salvação.

90

Porque te esquecerás dos trabalhos e te lembrarás deles como das águas que já passaram.

92

A minha transgressão está selada num saco, e amontoas as minhas iniquidades.

93

Sendo plena a sua abastança, estará angustiado; toda a mão dos miseráveis virá sobre ele.

94

Eis que já tenho ordenado a minha causa e sei que serei achado justo.

95

Eis que ele retém as águas, e se secam; e as larga, e transtornam a terra.

96

E a tua vida mais clara se levantará do que o meio-dia; ainda que haja trevas, será como a manhã.

97

Mas os olhos dos ímpios desfalecerão, e perecerá o seu refúgio; e a sua esperança será o expirar da alma.

98

Do seu dia se espantarão os vindouros, e os antigos serão sobressaltados de horror.

99

As profundezas das trevas manifesta e a sombra da morte traz à luz.

100

Aos príncipes leva despojados; aos poderosos transtorna.

101

Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-poderoso.

102

E, na verdade, caindo a montanha, desfaz-se; e a rocha se remove do seu lugar.

103

Tu renovas contra mim as tuas testemunhas e multiplicas contra mim a tua ira; reveses e combate estão comigo.

104

Assim são as veredas de todos quantos se esquecem de Deus; e a esperança do hipócrita perecerá.

105

Estando ainda na sua verdura, e ainda não cortada, todavia, antes de qualquer outra erva, se seca.

106

A ele, ainda que eu fosse justo, lhe não responderia; antes, ao meu juiz pediria misericórdia.

107

Solta a atadura dos reis e ata o cinto aos seus lombos.

108

Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia, que estão prontos para fazer correr o seu pranto.

109

E terás confiança, porque haverá esperança; olharás em volta e repousarás seguro.

110

Deus não revogará a sua ira; debaixo dele se encurvam os auxiliadores soberbos.

111

A sua esperança fica frustrada, e a sua confiança será como a teia de aranha;

112

Derrama desprezo sobre os príncipes e afrouxa o cinto dos fortes.

113

Escureçam-se as estrelas do seu crepúsculo; que espere a luz, e não venha; e não veja as pestanas dos olhos da alva!

114

E deitar-te-ás, e ninguém te espantará; muitos acariciarão o teu rosto.

115

antes que me vá, para nunca mais voltar, à terra da escuridão e da sombra da morte;

116

Ah! Que solitária seja aquela noite e suave música não entre nela!

117

Por isso, não reprimirei a minha boca; falarei na angústia do meu espírito; queixar-me-ei na amargura da minha alma.

118

Dizendo eu: Consolar-me -á a minha cama, meu leito aliviará a minha ânsia!

119

Aos confiados tira a fala e toma o entendimento aos velhos.

120

Os seus baldes estão cheios de leite, e os seus ossos estão regados de tutanos.

121

Mas estas coisas as ocultaste no teu coração; bem sei eu que isto esteve contigo.

122

Porque me quebranta com uma tempestade, e multiplica as minhas chagas sem causa.

123

encostar-se -á à sua casa, e ela não se terá firme; ampará-la -á, e ela não ficará em pé;

124

Porventura, não são poucos os meus dias? Cessa, pois, e deixa-me para que por um pouco eu tome alento;

125

Por que, pois, me tiraste da madre? Ah! Se, então, dera o espírito, e olhos nenhuns me vissem!

126

Nas trevas andam às apalpadelas, sem terem luz, e os faz desatinar como ébrios. 

127

está sumarento antes que venha o sol, e os seus renovos saem sobre o seu jardim;

128

Porventura, sobe o junco sem lodo? Ou cresce a espadana sem água?

129

Se eu me justificar, a minha boca me condenará; se reto me disser, então, me declarará perverso.

130

Tira o coração aos chefes dos povos da terra e os faz vaguear pelos desertos, sem caminho.

131

Ainda que chamasse, e ele me respondesse, nem por isso creria que desse ouvidos à minha voz.

132

Ouvi com atenção as minhas razões; e com os vossos ouvidos, a minha demonstração.

133

E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da cinza.

134

Pai meu! Provado seja Jó até ao fim, pelas suas respostas próprias de homens malignos.

135

Quanto menos lhe poderei eu responder ou escolher diante dele as minhas palavras!

136

Tais são, na verdade, as moradas do perverso, e este é o lugar do que não conhece a Deus.

137

Quanto às forças, eis que ele é o forte; e, quanto ao juízo, quem me citará com ele?

138

Por que não morri eu desde a madre e, em saindo do ventre, não expirei?

139

Está em mim a minha ajuda? Não me desamparou todo auxílio eficaz?

140

Ele aniquila as imaginações dos astutos, para que as suas mãos não possam levar coisa alguma a efeito.

141

Os caminhantes de Temá os vêem; os passageiros de Sabá olham para eles.

142

E por que me não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniquidade? Pois agora me deitarei no pó, e de madrugada me buscarás, e não estarei lá.

143

Isto ainda seria a minha consolação e me refrigeraria no meu tormento, não me poupando ele; porque não repulsei as palavras do Santo.

144

Porquanto não fechou as portas do ventre, nem escondeu dos meus olhos a canseira.

145

desaparecendo ele do seu lugar, negá-lo -á este, dizendo: Nunca te vi;

146

Se for ímpio, ai de mim! E se for justo, não levantarei a cabeça; cheio estou de ignomínia e olho para a minha miséria.

147

O sonido dos horrores está nos seus ouvidos; até na paz lhe sobrevém o assolador.

148

Os seus filhos estão em honra, sem que ele o saiba; ou ficam minguados, sem que ele o perceba;

149

Por que me receberam os joelhos? E por que os peitos, para que mamasse?

150

Ainda que perfeito, não estimo a minha alma; desprezo a minha vida.

151

Mas ao necessitado livra da espada da sua boca, e da mão do forte.

152

E, levantando de longe os olhos e não o conhecendo, levantaram a voz e choraram; e rasgando cada um o seu manto, sobre a cabeça lançaram pó ao ar.

153

Porque, então, te deleitarás no Todo-poderoso e levantarás o teu rosto para Deus.

154

E que, com pena de ferro e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha!

155

Ele apanha os sábios na sua própria astúcia; e o conselho dos perversos se precipita.

156

E os meus dias são mais velozes do que um corredor; fugiram e nunca viram o bem.

157

Eles, de dia, encontram as trevas; e, ao meio-dia, andam como de noite, às apalpadelas.

158

ou, como aborto oculto, não existiria; como as crianças que nunca viram a luz.

159

Ah! Se alguém pudesse contender com Deus pelo homem, como o filho do homem pelo seu amigo!

160

Qual é a minha força, para que eu espere? Ou qual é o meu fim, para que prolongue a minha vida?

161

Toda a escuridão se ocultará nos seus esconderijos; um fogo não assoprado o consumirá, e devorará o que ficar na sua tenda.

162

Porque já agora jazeria e repousaria; dormiria, e, então, haveria repouso para mim,

163

Anda vagueando por pão, dizendo: Onde está? Bem sabe que o dia das trevas lhe está perto, à mão.

164

Com o hálito de Deus perecem; e com o assopro da sua ira se consomem.

165

Ali, os maus cessam de perturbar; e, ali, repousam os cansados.

166

o que os sábios anunciaram, e o que ouviram de seus pais, e não ocultaram

167

com os reis e conselheiros da terra que para si edificavam casas nos lugares assolados,

168

Porque, decorridos poucos anos, eu seguirei o caminho por onde não tornarei. 

169

Então, me espantas com sonhos e com visões me assombras;

170

E se assentaram juntamente com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, porque viam que a dor era muito grande.

171

Quantas culpas e pecados tenho eu? Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado.

172

Respondeu, porém, Jó e disse:

173

Assim, há esperança para o pobre; e a iniquidade tapa a sua própria boca.

174

Então, o SENHOR disse a Satanás: De onde vens? E respondeu Satanás ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela.

175

A minha alma tem tédio de minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma.

176

Que o mau é preservado para o dia da destruição e arrebatado no dia do furor?

178

Na verdade, que só vós sois o povo, e convosco morrerá a sabedoria.

179

Multiplica os povos e os faz perecer; dispersa as nações e de novo as reconduz.

180

Desvia a tua mão para longe de mim e não me espante o teu terror.

181

Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem!

182

Por que se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo,

183

Quem acusará diante dele o seu caminho? E quem lhe dará o pago do que faz?

184

terra escuríssima, como a mesma escuridão, terra da sombra da morte e sem ordem alguma, e onde a luz é como a escuridão.

185

Duas coisas somente faze comigo; então, me não esconderei do teu rosto:

186

Vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão; e, por isso, o meu coração se consome dentro de mim.

187

Quem é o que contenderá comigo? Se eu agora me calasse, renderia o espírito.

188

mas a sua carne, nele, tem dores; e a sua alma, nele, lamenta.

189

Então, respondeu Zofar, o naamatita, e disse:

190

e livrará até ao que não é inocente; sim, ele será libertado pela pureza de tuas mãos. 

191

Assombram-no a angústia e a tribulação; prevalecem contra ele, como o rei preparado para a peleja.

192

A minha vida abomino, pois não viverei para sempre; retira-te de mim, pois vaidade são os meus dias.

193

pelo que a minha alma escolheria, antes, a estrangulação; e, antes, a morte do que estes meus ossos.

194

Que é o homem, para que tanto o estimes, e ponhas sobre ele o teu coração,

195

Chama, pois, e eu responderei; ou, eu falarei e tu, responde-me.

196

Porque ele faz a chaga, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam.

197

Então, Jó respondeu e disse:

198

Como as alturas dos céus é a sua sabedoria; que poderás tu fazer? Mais profunda é ela do que o inferno; que poderás tu saber?

199

Na verdade, que devíeis dizer: Por que o perseguimos? Pois a raiz da acusação se acha em mim.

200

É, porventura, a minha força a força da pedra? Ou é de cobre a minha carne?

201

(aos quais somente se dera a terra, e nenhum estranho passou por entre eles):

202

e te fizesse saber os segredos da sabedoria, que é multíplice em eficácia; pelo que sabe que Deus exige de ti menos do que merece a tua iniquidade.

203

Eu sou irrisão para os meus amigos; eu, que invoco a Deus, e ele me responde; o justo e o reto servem de irrisão.

204

Da assolação e da fome te rirás; e os animais da terra não temerás.

205

Chama agora; há alguém que te responda? E para qual dos santos te virarás?

206

Porque a ira destrói o louco; e o zelo mata o tolo.

207

Por que escreves contra mim coisas amargas e me fazes herdar as culpas da minha mocidade?

208

apesar de eu ser como uma coisa podre que se consome e como a veste, a qual rói a traça.

209

Do açoite da língua estarás abrigado; e não temerás a assolação, quando vier.

210

Finalmente, é levado à sepultura e vigia no túmulo.

211

Haja, porém, ainda, de que possa encher o seu ventre, e Deus mandará sobre ele o ardor da sua ira e a fará chover sobre ele quando for comer.

212

Eis que também, agora, está a minha testemunha no céu, e o meu fiador, nas alturas.

213

E habitou em cidades assoladas, em casas em que ninguém morava, que estavam a ponto de fazer-se montões de ruínas.

214

Sacudirá as suas uvas verdes, como as da vide, e deixará cair a sua flor como a da oliveira.

215

Às tuas mentiras se hão de calar os homens? E zombarás tu sem que ninguém te envergonhe?

216

Quem não entende por todas estas coisas que a mão do SENHOR fez isto,

217

Porventura, não se dará resposta à multidão de palavras? E o homem falador será justificado?

218

Direi a Deus: não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.

219

O número dos meus passos lhe mostraria; como príncipe me chegaria a ele.

220

Se pequei, que te farei, ó Guarda dos homens? Por que fizeste de mim um alvo para ti, para que a mim mesmo me seja pesado?

221

Nunca estive descansado, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a perturbação.

222

E Jó, falando, disse:

223

Ali, está o pequeno e o grande, e o servo fica livre de seu senhor.

224

Arremete contra ele com dura cerviz e com os pontos grossos dos seus escudos.

225

Porventura, quebrantarás a folha arrebatada pelo vento? E perseguirás o restolho seco?

226

ou com os príncipes que tinham ouro, que enchiam as suas casas de prata;

227

O bramido do leão, e a voz do leão feroz, e os dentes dos leõezinhos se quebrantam.

228

Ali, os presos juntamente repousam e não ouvem a voz do exator.

229

Pois tu disseste: A minha doutrina é pura; limpo sou aos teus olhos.

230

Porque ele conhece os homens vãos e vê o vício; e não o terá em consideração?

231

Porque até com as pedras do campo terás a tua aliança; e os animais do campo estarão contigo.

232

Por que se dá luz ao homem, cujo caminho é oculto, e a quem Deus o encobriu?

233

Porventura, o ouvido não provará as palavras, como o paladar prova as comidas?

234

Então, fora como se nunca houvera sido; e desde o ventre seria levado à sepultura!

235

Também pões os meus pés em cepos, e observas todos os meus caminhos, e marcas os sinais dos meus pés,

236

Então, respondeu Bildade, o suíta, e disse:

237

Meus irmãos aleivosamente me trataram; são como um ribeiro, como a torrente dos ribeiros que passam,

238

Se a minha terra clamar contra mim, e se os seus regos juntamente chorarem;

239

Como, pois, me consolais em vão? Pois nas vossas respostas só há falsidade.

240

Por que escondes o teu rosto e me tens por teu inimigo?

241

eis que este é alegria do seu caminho, e outros brotarão do pó.

242

E saberás que a tua tenda está em paz; e visitarás a tua habitação, e nada te faltará.

243

Porventura, não me vazaste como leite e como queijo me não coalhaste?

244

Se ele destruir, e encerrar, ou juntar, quem o impedirá?

245

Peço-te que te lembres de que, como barro, me formaste, e de que ao pó me farás tornar.

246

As tendas dos assoladores têm descanso, e os que provocam a Deus estão seguros; nas suas mãos Deus lhes põe tudo.

247

Mas, na verdade, prouvera Deus que ele falasse e abrisse os seus lábios contra ti,

248

Não se enriquecerá, nem subsistirá a sua fazenda, nem se estenderão pela terra as suas possessões.

249

Até quando me não deixarás, nem me largarás, até que engula a minha saliva?

250

Porquanto cobriu o rosto com a sua gordura e criou enxúndias nas ilhargas.

251

até que de riso te encha a boca, e os teus lábios, de louvor.

252

Também eu tenho um coração como vós e não vos sou inferior; e quem não sabe tais coisas como estas?

253

Concebem o trabalho e produzem a iniquidade; e o seu ventre prepara enganos.

254

As rendas de sua casa serão transportadas; no dia da sua ira, todas se derramarão.

256

E outro morre, ao contrário, na amargura do seu coração, não havendo provado do bem.

257

Nem me permite respirar; antes, me farta de amarguras.

258

trema eu perante uma grande multidão, e o desprezo das famílias me apavore, e eu me cale, e não saia da porta.

259

Tocha desprezível é, na opinião do que está descansado, aquele que está pronto a tropeçar com os pés.

260

que de alegria saltam, e exultam, achando a sepultura?

261

Teus aborrecedores se vestirão de confusão, e a tenda dos ímpios não existirá mais. 

262

Mais comprida é a sua medida do que a terra; e mais larga do que o mar.

263

Parece-te bem que me oprimas, que rejeites o trabalho das tuas mãos e resplandeças sobre o conselho dos ímpios?

264

Na fome, te livrará da morte; e, na guerra, da violência da espada.

265

Entre pensamentos de visões da noite, quando cai sobre os homens o sono profundo,

266

Eis que Deus não rejeitará ao reto; nem toma pela mão aos malfeitores;

267

Bem sabes tu que eu não sou ímpio; todavia, ninguém há que me livre da tua mão.

268

Na verdade sei que assim é; porque como se justificaria o homem para com Deus?

270

Ou comer-se -á sem sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo?

271

Tens tu, porventura, olhos de carne? Vês tu como vê o homem?

272

Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e os meus gemidos se derramam como água.

273

A sua messe a devora o faminto, que até dentre os espinhos a tira; e o salteador traga a sua fazenda.

274

Porque as flechas do Todo-poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno, o bebe o meu espírito; os terrores de Deus se armam contra mim.

275

São os teus dias como os dias do homem? Ou são os teus anos como os anos de um homem,

276

para te informares da minha iniquidade e averiguares o meu pecado?

277

Perece o leão velho, porque não há presa, e os filhos da leoa andam dispersos.

278

Todos os dias o ímpio se dá pena a si mesmo, no curto número de anos que se reservam para o tirano.

279

Porque, eu te peço, pergunta agora às gerações passadas e prepara-te para a inquirição de seus pais.

280

O teu princípio, na verdade, terá sido pequeno, mas o teu último estado crescerá em extremo.

281

Também saberás que se multiplicará a tua semente, e a tua posteridade, como a erva da terra.

282

Então, Jó respondeu e disse:

283

Então, Jó respondeu e disse:

284

Lembra-te de que a minha vida é como o vento; os meus olhos não tornarão a ver o bem.

285

Bem vi eu o louco lançar raízes; mas logo amaldiçoei a sua habitação.

286

as suas raízes se entrelaçam junto à fonte; para o pedregal atenta;

287

Ensinai-me, e eu me calarei; e dai-me a entender em que errei.

288

sobreveio-me o espanto e o tremor, e todos os meus ossos estremeceram.

289

Mas, se tu de madrugada buscares a Deus e ao Todo-poderoso pedires misericórdia,

290

Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão e perecem sem esperança.

291

que estão encobertos com a geada, e neles se esconde a neve.

292

Eis que isto já o havemos inquirido, e assim é; ouve-o e medita nisso para teu bem.

293

o que remove a terra do seu lugar, e as suas colunas estremecem;

294

A terra é entregue às mãos do ímpio; Deus cobre o rosto dos juízes; se não é ele, quem é, logo?

295

Seus filhos estão longe da salvação; e são despedaçados às portas, e não há quem os livre.

296

assim me deram por herança meses de vaidade, e noites de trabalho me prepararam.

298

Ele é sábio de coração, poderoso em forças; quem se endureceu contra ele e teve paz?

299

Até quando falarás tais coisas, e as razões da tua boca serão qual vento impetuoso?

300

Agora, sois semelhantes a eles; vistes o terror e temestes.

301

Porventura, perverteria Deus o direito, e perverteria o Todo-poderoso a justiça?

302

Então, respondeu Elifaz, o temanita, e disse:

303

As águas gastam as pedras; as cheias afogam o pó da terra; e tu fazes perecer a esperança do homem.

304

Jó falou sem ciência; e às suas palavras falta prudência.

305

Disse-vos eu: dai-me ou oferecei-me da vossa fazenda presentes?

306

e cada manhã o visites, e cada momento o proves?

307

Deitando-me a dormir, então, digo: quando me levantarei? Mas comprida é a noite, e farto-me de me voltar na cama até à alva.

308

Tu para sempre prevaleces contra ele, e ele passa; tu, mudando o seu rosto, o despedes.

309

Ele é o que transporta as montanhas, sem que o sintam, e o que, no seu furor, as transtorna;

310

Porventura, zurrará o jumento montês junto à relva? Ou berrará o boi junto ao seu pasto?

311

No tempo em que se derretem com o calor, se desfazem; e, em se aquentando, desaparecem do seu lugar.

312

E até o Todo-poderoso te será por ouro e por prata amontoada.

313

Como o cervo que suspira pela sombra, e como o jornaleiro que espera pela sua paga,

314

Se teus filhos pecaram contra ele, também ele os lançou na mão da sua transgressão.

315

Oh! Se a minha mágoa retamente se pesasse, e a minha miséria juntamente se pusesse numa balança!

316

Os meus amigos são os que zombam de mim; os meus olhos se desfazem em lágrimas diante de Deus.

317

A minha carne se tem vestido de bichos e de torrões de pó; a minha pele está gretada e se fez abominável.

318

Porque, na verdade, mais pesada seria do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido inconsideradas.

319

Seria, porventura, o homem mais justo do que Deus? Seria, porventura, o varão mais puro do que o seu Criador?

320

se fores puro e reto, certamente, logo despertará por ti e restaurará a morada da tua justiça.

321

Porque ao seu pecado acrescenta a transgressão; entre nós bate as palmas e multiplica contra Deus as suas razões.

322

A coisa é esta; por isso, eu digo que ele consome ao reto e ao ímpio.

323

Desviam-se as caravanas dos seus caminhos; sobem ao vácuo e perecem.

324

Ainda que fuja das armas de ferro, o arco de aço o atravessará.

325

Uma palavra se me disse em segredo; e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela.

326

Determinando tu algum negócio, ser-te -á firme, e a luz brilhará em teus caminhos.

327

Matando o açoite de repente, então, se ri da prova dos inocentes.

328

Passam como navios veleiros, como águia que se lança à comida.

329

Eis que nos seus servos não confia e nos seus anjos encontra loucura;

330

Mas, antes, lançais sortes sobre o órfão e especulais com o vosso amigo.

331

Porque são como a palha diante do vento, e como a pragana, que arrebata o redemoinho.

332

Oh! Quão fortes são as palavras da boa razão! Mas que é o que censura a vossa arguição?

333

Foram envergonhados por terem confiado; e, chegando ali, se confundem.

334

Ou: livrai-me das mãos do opressor? Ou: redimi-me das mãos dos tiranos?

335

Porventura, buscareis palavras para me repreenderdes, visto que as razões do desesperado são como vento?

338

Há, porventura, iniquidade na minha língua? Ou não poderia o meu paladar dar a entender as minhas misérias?

339

Agora, pois, se sois servidos, olhai para mim; e vede se minto em vossa presença.

340

Se quiser contender com ele, nem a uma de mil coisas lhe poderá responder.

341

Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.

342

Ainda que me lave com água de neve, e purifique as minhas mãos com sabão,

343

receio todas as minhas dores, porque bem sei que me não terás por inocente.

344

Ao nu fazem passar a noite sem roupa, não tendo ele coberta contra o frio.

345

Na verdade, há um espírito no homem, e a inspiração do Todo-poderoso os faz sábios.

346

E era o seu gado sete mil ovelhas, e três mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também muitíssima a gente ao seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do Oriente.

347

Sucedeu, pois, que, acabando o SENHOR de dizer a Jó aquelas palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó.

348

Voltai, pois, não haja iniquidade; voltai, sim, que a minha causa é justa.

349

E, sendo eu ímpio, por que trabalharei em vão?

350

Se eu disser: Eu me esquecerei da minha queixa, mudarei o meu rosto e tomarei alento;

351

Porventura, alcançarás os caminhos de Deus ou chegarás à perfeição do Todo-poderoso?

352

(Quem do imundo tirará o puro? Ninguém!)

353

E, vindo outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles apresentar-se perante o SENHOR.

354

E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR.

355

Sucedia, pois, que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Porventura, pecaram meus filhos e blasfemaram de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.

356

quanto mais naqueles que habitam em casas de lodo, cujo fundamento está no pó, e são machucados como a traça!

357

Então, o SENHOR disse a Satanás: De onde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela.

358

Morrendo o homem, porventura, tornará a viver? Todos os dias de meu combate esperaria, até que viesse a minha mudança.

359

Eis que conheço bem os vossos pensamentos; e os maus intentos com que injustamente me fazeis violência.

360

Não crê que tornará das trevas, mas que o espera a espada.

361

Então, um espírito passou por diante de mim; fez-me arrepiar os cabelos da minha carne;

362

E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía.

363

Por que o que eu temia me veio, e o que receava me aconteceu?

364

Desde de manhã até à tarde são despedaçados; e eternamente perecem, sem que disso se faça caso.

366

Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos.

367

Então, sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre.

368

E disse o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero e reto, temente a Deus, desviando-se do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa.

369

Mas, pergunta agora às alimárias, e cada uma delas to ensinará; e às aves dos céus, e elas to farão saber;

370

Porventura, não passa com eles a sua excelência? Morrem, mas sem sabedoria.

371

As tuas palavras levantaram os que tropeçavam, e os joelhos desfalecentes fortificaste.

372

Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro.

373

E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus.

374

Juntamente jazem no pó, e os bichos os cobrem.

375

Quando te abaterem, então, tu dirás: Haja exaltação! E Deus salvará ao humilde

376

Ou poderás tu ajuntar as cadeias do Sete-estrelo ou soltar os atilhos do Órion?

377

Porventura, caçarás tu presa para a leoa ou satisfarás a fome dos filhos dos leões,

378

Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto da cabeça.

379

Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número dos seus meses; e tu lhe puseste limites, e não passará além deles.

380

Do preceito de seus lábios nunca me apartei e as palavras da sua boca prezei mais do que o meu alimento.

381

parou ele, mas não conheci a sua feição; um vulto estava diante dos meus olhos; e, calando-me, ouvi uma voz que dizia:

382

Então, respondeu Satanás ao SENHOR e disse: Porventura, teme Jó a Deus debalde?

383

Respondeu mais o SENHOR a Jó e disse:

384

Ah! Quem me dera um que me ouvisse! Eis que o meu intento é que o Todo-poderoso me responda e que o meu adversário escreva um livro.

385

Os céus manifestarão a sua iniquidade; e a terra se levantará contra ele.

386

Mas, se ele está contra alguém, quem, então, o desviará? O que a sua alma quiser, isso fará.

387

Na verdade, há veios de onde se extrai a prata, e, para o ouro, lugar em que o derretem.

389

Mas o homem nasce para o trabalho, como as faíscas das brasas se levantam para voar.

390

Eis que ensinaste a muitos e esforçaste as mãos fracas.

391

E iam seus filhos e faziam banquetes em casa de cada um no seu dia; e enviavam e convidavam as suas três irmãs a comerem e beberem com eles.

392

Aquele que me formou no ventre não o fez também a ele? Ou não nos formou do mesmo modo na madre?

393

o que sozinho estende os céus e anda sobre os altos do mar;

394

Mas agora se riem de mim os de menos idade do que eu, e cujos pais eu teria desdenhado de pôr com os cães do meu rebanho.

395

Ou entraste tu até aos tesouros da neve e viste os tesouros da saraiva,

396

Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que tinha vindo sobre ele, vieram, cada um do seu lugar: Elifaz, o temanita, e Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita; e concertaram juntamente virem condoer-se dele e consolá-lo.

397

Poderás pescar com anzol o leviatã ou ligarás a sua língua com a corda?

398

Temei vós mesmos a espada; porque o furor traz os castigos da espada, para saberdes que há um juízo.

399

Mas onde se achará a sabedoria? E onde está o lugar da inteligência?

400

assim o homem se deita e não se levanta; até que não haja mais céus, não acordará, nem se erguerá de seu sono.

401

Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se esforçam em poder?

402

Se intentarmos falar-te, enfadar-te-ás? Mas quem poderá conter as palavras?

403

E o justo seguirá o seu caminho firmemente, e o puro de mãos irá crescendo em força.

404

Sai como a flor e se seca; foge também como a sombra e não permanece.

405

Porventura, não tem o homem guerra sobre a terra? E não são os seus dias como os dias do jornaleiro?

406

Porque direis: Onde está a casa do príncipe e onde a tenda em que morava o ímpio?

407

Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?

408

Une-te, pois, a Deus, e tem paz, e, assim, te sobrevirá o bem.

409

Ou quem encerrou o mar com portas, quando trasbordou e saiu da madre,

410

Então, respondeu Elifaz, o temanita, e disse:

411

Respondeu, porém, Jó e disse:

412

Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos.

414

se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa;

415

Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce da mulher, para que fique justo?

416

Vós, porém, sois inventores de mentiras e vós todos, médicos que não valem nada.

417

Se com ele, pois, houver um mensageiro, um intérprete, um entre milhares para declarar ao homem a sua retidão,

418

Respondeu, porém, Jó e disse:

420

Em seis angústias, te livrará; e, na sétima, o mal te não tocará.

421

Quem primeiro me deu, para que eu haja de retribuir-lhe? Pois o que está debaixo de todos os céus é meu.

422

O inferno está nu perante ele, e não há coberta para a perdição.

423

Antes, Deus fala uma e duas vezes; porém ninguém atenta para isso.

424

Querer-te -á servir o unicórnio ou ficará na tua cavalariça?

425

Mas, morto o homem, é consumido; sim, rendendo o homem o espírito, então, onde está?

426

Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho na minha boca.

427

Então, respondeu Jó e disse:

428

As tuas mãos me fizeram e me entreteceram; e, todavia, me consomes.

429

Porventura, o homem será de algum proveito a Deus? Antes, a si mesmo o prudente será proveitoso.

430

Tal como a nuvem se desfaz e passa, aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir.

431

Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina,

432

Tomara que me escondesses na sepultura, e me ocultasses até que a tua ira se desviasse, e me pusesses um limite, e te lembrasses de mim!

433

quando lavava os meus passos em manteiga, e da rocha me corriam ribeiros de azeite;

434

por trigo me produza cardos, e por cevada, joio. Acabaram-se as palavras de Jó. 

435

E, todavia, dizem a Deus: Retira-te de nós; porque não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos.

436

o que faz a Ursa, e o Órion, e o Sete-estrelo, e as recâmaras do sul.

437

Quem me dera, agora, que as minhas palavras se escrevessem! Quem me dera que se gravassem num livro!

439

E, assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.

440

Se ele pusesse o seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu espírito e o seu fôlego,

442

Então, respondeu Elifaz, o temanita, e disse:

443

Os mortos tremem debaixo das águas com os seus moradores.

444

Ou estendeste com ele os céus, que estão firmes como espelho fundido?

445

Quem é aquele, dizes tu, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso, falei do que não entendia; coisas que para mim eram maravilhosíssimas, e que eu não compreendia.

446

Mas quanto a mim eu buscaria a Deus, e a ele dirigiria a minha fala.

447

Então, respondeu Zofar, o naamatita, e disse:

448

Porventura, o não perguntastes aos que passam pelo caminho e não conheceis os seus sinais?

449

Se eu olhar a sepultura como a minha casa; se nas trevas estender a minha cama;

450

Arrancará o dardo do seu corpo, e resplandecente virá do seu fel; e haverá sobre ele assombros.

451

Eis que tudo isto viram os meus olhos, e os meus ouvidos o ouviram e entenderam.

452

quando saía para a porta da cidade e na praça fazia preparar a minha cadeira.

453

E quanto menos o homem, que é um verme, e o filho do homem, que é um bicho!

454

Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando eles contendiam comigo,

455

Ou desde os teus dias deste ordem à madrugada ou mostraste à alva o seu lugar,

456

Então, aqueles três homens cessaram de responder a Jó; porque era justo aos seus próprios olhos.

457

porque eu livrava o miserável, que clamava, como também o órfão que não tinha quem o socorresse.

458

Ela devorará os membros do seu corpo; sim, o primogênito da morte devorará os seus membros.

459

O meu espírito se vai consumindo, os meus dias se vão apagando, e só tenho perante mim a sepultura.

460

Porque ele não é homem, como eu, a quem eu responda, vindo juntamente a juízo.

462

Eis que nos seus santos não confiaria, e nem os céus são puros aos seus olhos.

463

Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó.

464

Ah! Se eu soubesse que o poderia achar! Então me chegaria ao seu tribunal.

465

Com a sua força fende o mar e com o seu entendimento abate a sua soberba.

466

Bate alegre as asas o avestruz, que tem penas de cegonha;

467

Então, respondeu Bildade, o suíta, e disse:

468

o júbilo dos ímpios é breve, e a alegria dos hipócritas, apenas de um momento?

469

Como, pois, seria justo o homem perante Deus, e como seria puro aquele que nasce da mulher?

470

Na sua ira, me despedaçou, e ele me perseguiu; rangeu os dentes contra mim; aguça o meu adversário os olhos contra mim.

471

Pelo que vós, homens de entendimento, escutai-me: longe de Deus a impiedade, e do Todo-poderoso, a perversidade!

472

Há os que até os limites removem; roubam os rebanhos e os apascentam.

473

Mas ninguém diz: Onde está Deus, que me fez? Que dá salmos entre a noite?

474

Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono profundo sobre os homens, e adormecem na cama,

475

E, prosseguindo Jó em sua parábola, disse:

476

Ou tens braço como Deus, ou podes trovejar com voz como a sua?

477

Eis que isto são apenas as orlas dos seus caminhos; e quão pouco é o que temos ouvido dele! Quem, pois, entenderia o trovão do seu poder?

478

Os torrões do vale lhe são doces, e ele arrasta após si a todos os homens; e antes dele havia inumeráveis.

479

Eis que, se me adianto, ali não está; se torno para trás, não o percebo.

480

Então, respondeu Bildade, o suíta, e disse:

481

Ou entraste tu até às origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo?

482

Porque reúne as gotas das águas que derrama em chuva do seu vapor,

483

Por certo que o levaria sobre o meu ombro, sobre mim o ataria como coroa.

484

Até quando usareis artifícios em vez de palavras? Considerai bem, e, então, falaremos.

485

e disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se quebrarão as tuas ondas empoladas?

486

Na prosperidade gastam os seus dias e num momento descem à sepultura.

487

Não confie, pois, na vaidade enganando-se a si mesmo, porque a vaidade será a sua recompensa.

488

Na verdade, a luz dos ímpios se apagará, e a faísca do seu lar não resplandecerá.

489

Ah! Quem me dera ser como eu fui nos meses passados, como nos dias em que Deus me guardava!

491

As colunas do céu tremem e se espantam da sua ameaça.

492

E acendeu-se a ira de Eliú, filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão; contra Jó se acendeu a sua ira, porque se justificava a si mesmo, mais do que a Deus.

493

Respondeu mais Eliú e disse:

494

Visto que do Todo-poderoso se não encobriram os tempos, por que não vêem os seus dias os que o conhecem?

495

Porventura, por Deus falareis perversidade e por ele enunciareis mentiras?

496

Ela descerá até aos ferrolhos do Seol, quando juntamente no pó teremos descanso.

497

Esta, da parte de Deus, é a porção do homem ímpio; esta é a herança que Deus lhe reserva.

498

Sabes tu o tempo em que as cabras monteses têm os filhos, ou consideraste as dores das cervas?

499

Ou produzir as constelações a seu tempo e guiar a Ursa com seus filhos?

500

Levantam a voz ao som do tamboril e da harpa e alegram-se ao som das flautas.

501

Não escapará das trevas; a chama do fogo secará os seus renovos e, ao assopro da boca de Deus, desaparecerá.

502

As nuvens são o escondedouro dele, para que não veja; e ele passeia pelo circuito dos céus.

503

Ainda que o mal lhe seja doce na boca, e ele o esconda debaixo da sua língua,

504

Cobria-me de justiça, e ela me servia de veste; como manto e diadema era o meu juízo.

505

Sobre isto também treme o meu coração e salta do seu lugar.

506

Onde está o caminho da morada da luz? E, quanto às trevas, onde está o seu lugar,

507

A isto, ó Jó, inclina os teus ouvidos; atende e considera as maravilhas de Deus.

508

Será arrancado da sua tenda, onde estava confiado, e será levado ao rei dos terrores.

509

Porventura, Deus não está na altura dos céus? Olha para a altura das estrelas; quão elevadas estão!

510

Porventura, o contender contra o Todo-poderoso é ensinar? Quem assim argúi a Deus, que responda a estas coisas.

511

Porventura, consideraste a vereda do século passado, que pisaram os homens iníquos?

512

Quando deu peso ao vento e tomou a medida das águas;

513

Fazem sair as suas crianças como a um rebanho, e seus filhos andam saltando.

514

Com ele estão domínio e temor; ele faz paz nas suas alturas.

515

Falaria eu também como vós falais, se a vossa alma estivesse em lugar da minha alma? Ou amontoaria palavras contra vós e menearia contra vós a minha cabeça?

516

Tens tu notícia do equilíbrio das grossas nuvens e das maravilhas daquele que é perfeito nos conhecimentos?

517

Se no ouro pus a minha esperança ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança;

518

A secura e o calor desfazem as águas da neve; assim desfará a sepultura aos que pecaram.

519

Quem é o Todo-poderoso, para que nós o sirvamos? E que nos aproveitará que lhe façamos orações?

520

E tu tens feito vão o temor e diminuis os rogos diante de Deus.

521

Se retive o que os pobres desejavam ou fiz desfalecer os olhos da viúva;

522

Irmão me fiz dos dragões, e companheiro dos avestruzes.

523

Ou darás tu força ao cavalo, ou revestirás o seu pescoço de crinas?

524

Porque penhoraste a teus irmãos sem causa alguma e aos nus despojaste das vestes.

525

o esplendor de ouro vem do norte; pois em Deus há uma tremenda majestade.

526

Porque o ouvido prova as palavras como o paladar prova a comida.

527

Ou ouviste o secreto conselho de Deus e a ti somente limitaste a sabedoria?

528

Então, o SENHOR respondeu a Jó desde a tempestade e disse:

529

Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me.

530

Eles estão entre os que se opõem à luz; não conhecem os seus caminhos e não permanecem nas suas veredas.

531

Quanto menos àquele que não faz acepção da pessoa de príncipes, nem estima o rico mais do que o pobre; porque todos são obra de suas mãos.

532

Porque o ajuntamento dos hipócritas se fará estéril, e o fogo consumirá as tendas do suborno.

533

Porque qual será a esperança do hipócrita, havendo sido avaro, quando Deus lhe arrancar a sua alma?

534

Tenho ouvido muitas coisas como estas; todos vós sois consoladores molestos.

535

Sua carne se reverdecerá mais do que na sua infância e tornará aos dias da sua juventude.

536

Porventura, não é grande a tua malícia; e sem termo, as tuas iniquidades?

537

Prende as águas em densas nuvens, e a nuvem não se rasga debaixo delas.

538

Até quando entristecereis a minha alma e me quebrantareis com palavras?

539

Porventura, dará o sábio, em resposta, ciência de vento? E encherá o seu ventre de vento oriental,

540

Descansado estava eu, porém ele me quebrantou; e pegou-me pelo pescoço e me despedaçou; também me pôs por seu alvo.

541

O ferro tira-se da terra, e da pedra se funde o metal.

542

Porque ele vê as extremidades da terra; e vê tudo o que há debaixo dos céus.

543

Antes do seu dia ela se consumará; e o seu ramo não reverdecerá.

544

As viúvas despediste vazias, e os braços dos órfãos foram quebrantados.

545

Quantas vezes sucede que se apaga a candeia dos ímpios, e lhes sobrevém a sua destruição? E Deus, na sua ira, lhes reparte dores!

546

Queira Deus que eu não faça acepção de pessoas, nem use de lisonjas com o homem!

547

Veneno de áspides sorverá; língua de víbora o matará.

548

Porventura, não estão zombadores comigo? E os meus olhos não contemplam as suas amarguras?

549

Desvia-te dele, para que tenha repouso, até que, como o jornaleiro, tenha contentamento no seu dia.

550

Tire ele a sua vara de cima de mim, e não me amedronte o seu terror.

551

Enegreceu-se a minha pele sobre mim, e os meus ossos estão queimados do calor.

552

Todos os homens do meu secreto conselho me abominam, e até os que eu amava se tornaram contra mim.

553

Ser-vos-ia bom, se ele vos esquadrinhasse? Ou zombareis dele, como se zomba de qualquer homem?

554

Cosi sobre a minha pele o cilício e revolvi a minha cabeça no pó.

555

Também há entre nós encanecidos e idosos, muito mais idosos do que teu pai.

556

se comi a sua novidade sem dinheiro e sufoquei a alma dos seus donos,

557

Derrama os furores da tua ira, e atenta para todo soberbo, e abate-o.

558

Mas eu falarei ao Todo-poderoso; e quero defender-me perante Deus.

559

Porventura, também farás tu vão o meu juízo ou me condenarás, para te justificares?

560

Como vós o sabeis, o sei eu também; não vos sou inferior.

561

E respondeu Eliú, filho de Baraquel, o buzita, e disse: Eu sou de menos idade, e vós sois idosos; arreceei-me e temi de vos declarar a minha opinião.

562

mesmo assim me submergirás no fosso, e as minhas próprias vestes me abominarão.

563

Com a sua voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes coisas que nós não compreendemos.

564

Porque estendeu a sua mão contra Deus e contra o Todo-poderoso se embraveceu.

565

Tomara que vos calásseis de todo, que isso seria a vossa sabedoria!

566

Sabes tu as ordenanças dos céus, ou podes dispor do domínio deles sobre a terra?

567

Quebrou-me de todos os lados, e eu me vou; e arrancou a minha esperança, como a uma árvore.

568

Vive Deus, que desviou a minha causa, e o Todo-poderoso, que amargurou a minha alma.

569

Ao orfãozinho arrancam do peito e aceitam o penhor do pobre.

570

Também na sua cama é com dores castigado, e com a incessante contenda dos seus ossos;

571

Pôs longe de mim a meus irmãos, e os que me conhecem deveras me estranharam.

572

Como as águas se retiram do mar, e o rio se esgota e fica seco,

573

Longe de mim que eu vos justifique; até que eu expire, nunca apartarei de mim a minha sinceridade.

574

Ela faz esquecer o coral e as pérolas; porque a aquisição da sabedoria é melhor que a dos rubis.

575

Quem pôs a sabedoria no íntimo, ou quem à mente deu o entendimento?

576

Quando quer, move a sua cauda como cedro; os nervos da suas coxas estão entretecidos.

577

Ouvi atentamente as minhas razões; e isto vos sirva de consolação.

578

Quem abriu para a inundação um leito e um caminho para os relâmpagos dos trovões,

579

Ó tu, que despedaças a tua alma na tua ira, será a terra deixada por tua causa? Remover-se-ão as rochas do seu lugar?

580

Orna-te, pois, de excelência e alteza; e veste-te de majestade e de glória.

581

Quando passei sobre ele o meu decreto, e lhe pus portas e ferrolhos,

582

toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó.

583

Os meus dias passaram, e malograram-se os meus propósitos, as aspirações do meu coração.

584

Ele estende a sua mão contra o rochedo, e revolve os montes desde as suas raízes.

585

Como um sonho, voa, e não será achado, e será afugentado como uma visão da noite.

586

Sofrei-me, e eu falarei; e, havendo eu falado, zombai.

587

Ou se remonta a águia ao teu mandado e põe no alto o seu ninho?

588

Ainda hoje a minha queixa está em amargura; a violência da minha praga mais se agrava do que o meu gemido.

589

E sobre este tal abres os teus olhos, e a mim me fazes entrar em juízo contigo.

590

Ele é obra-prima dos caminhos de Deus; o que o fez o proveu da sua espada.

591

Porque a tua boca declara a tua iniquidade; e tu escolheste a língua dos astutos.

592

Assim, na verdade, ó Jó, ouve as minhas razões e dá ouvidos a todas as minhas palavras.

593

Ou descobriram-se-te as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte?

594

porque oprimiu, desamparou os pobres e roubou a casa que não edificou;

595

Assim também te desviará da angústia para um lugar espaçoso, em que não há aperto, e as iguarias da tua mesa serão cheias de gordura.

596

Eis que Deus exalta com a sua força; quem ensina como ele?

597

E dizes: Que sabe Deus disto? Porventura, julgará por entre a escuridão?

598

Calai-vos perante mim, e falarei eu; e venha sobre mim o que vier.

599

Apanhavam malvas junto aos arbustos, e o seu mantimento eram raízes dos zimbros.

600

Olha, até a lua não resplandece, e as estrelas não são puras aos seus olhos.

601

Aceita, peço-te, a lei da sua boca e põe as suas palavras no teu coração.

602

Embora haja eu, na verdade, errado, comigo ficará o meu erro.

603

Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao jumento bravo,

604

Porque Deus macerou o meu coração, e o Todo-poderoso me perturbou.

605

então, terá misericórdia dele e lhe dirá: Livra-o, que não desça à cova; já achei resgate.

606

E, depois disto, viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração.

607

Se o meu coração se deixou seduzir por uma mulher, ou se eu andei rondando à porta do meu próximo,

608

Os assombros o espantarão em redor e o farão correr de uma parte para a outra, por onde quer que apresse os passos.

609

se à corrupção clamar: tu és meu pai; e aos bichos: vós sois minha mãe e minha irmã;

610

A perdição e a morte dizem: Ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama.

611

A tua boca te condena, e não eu; e os teus lábios testificam contra ti.

612

Porventura, as consolações de Deus te são pequenas? Ou alguma coisa se oculta em ti?

613

Se o ouvirem e o servirem, acabarão seus dias em bem e os seus anos, em delícias.

614

Antes, vos fortaleceria com a minha boca, e a consolação dos meus lábios abrandaria a vossa dor.

615

Como ajudaste aquele que não tinha força e sustentaste o braço que não tinha vigor!

616

Porventura, não sabes tu que desde a antiguidade, desde que o homem foi posto sobre a terra,

617

Nas suas pisadas os meus pés se afirmaram; guardei o seu caminho e não me desviei dele.

618

Da luz o lançarão nas trevas e afugentá-lo-ão do mundo.

619

Juntas vieram as suas tropas, e prepararam contra mim o seu caminho, e se acamparam ao redor da minha tenda.

620

Cada um dos seus espirros faz resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pestanas da alva.

621

Podes pôr uma corda no seu nariz ou com um espinho furarás a sua queixada?

622

Olhará para os homens e dirá: Pequei e perverti o direito, o que de nada me aproveitou.

623

Cercam-me os seus flecheiros; atravessa-me os rins e não me poupa; e o meu fel derrama pela terra.

624

Ao aflito livra da sua aflição e, na opressão, se revela aos seus ouvidos.

625

Por isso, é que estás cercado de laços, e te perturbou um pavor repentino,

626

Os seus passos firmes se estreitarão, e o seu próprio conselho o derribará.

627

Promete agora, e dá-me um fiador para contigo; quem há que me dê a mão?

628

Se eu falar, a minha dor não cessa; e, calando-me, qual é o meu alívio?

629

para virares contra Deus o teu espírito e deixares sair tais palavras da tua boca?

630

De onde, pois, vem a sabedoria, e onde está o lugar da inteligência?

631

Eu ouvi a repreensão, que me envergonha, mas o espírito do meu entendimento responderá por mim.

632

Testemunha disto é que já me fizeste enrugado, e a minha magreza já se levanta contra mim e no meu rosto testifica contra mim.

633

quando eu pus as nuvens por sua vestidura e, a escuridão, por envolvedouro?

634

O meu rosto todo está descorado de chorar, e sobre as minhas pálpebras está a sombra da morte,

635

Abrem a boca contra mim; com desprezo me feriram nos queixos e contra mim se ajuntam todos.

636

Eis qual será, da parte de Deus, a porção do homem ímpio e a herança que os tiranos receberão do Todo-poderoso:

637

dos necessitados era pai e as causas de que não tinha conhecimento inquiria com diligência;

638

Ou amarrarás o unicórnio ao rego com uma corda, ou estorroará após ti os vales?

639

Olha para todo soberbo, e humilha-o, e atropela os ímpios no seu lugar.

640

para que agarrasse nas extremidades da terra, e os ímpios fossem sacudidos dela?

641

Porque qual seria a parte de Deus vinda de cima, ou a herança do Todo-poderoso desde as alturas?

642

Na verdade, agora me molestou; tu assolaste toda a minha companhia.

644

Quebranta-me com golpe sobre golpe; arremete contra mim como um valente.

645

Se me alegrei da desgraça do que me tem ódio, e se eu exultei quando o mal o achou

646

Porque eu sei que me levarás à morte e à casa do ajuntamento destinada a todos os viventes.

648

Da minha honra me despojou; e tirou-me a coroa da minha cabeça.

649

E prosseguindo Jó em sua parábola, disse:

650

O seu touro gera e não falha; pare a sua vaca e não aborta.

651

E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque.

652

Assim como os olhos do adúltero aguardam o crepúsculo, dizendo: Não me verá olho nenhum, e oculta o rosto,

653

Tudo se modela como o barro sob o selo e se põe como vestes;

654

Então, Jó respondeu ao SENHOR e disse:

655

Também, na verdade, Deus não procede impiamente; nem o Todo-poderoso perverte o juízo.

656

Prosseguiu ainda Eliú e disse:

657

Jó, porém, respondeu e disse:

658

Eis que Deus é mui grande; contudo, a ninguém despreza; grande é em força de coração.

659

Mas agora sou a sua canção e lhes sirvo de provérbio.

660

Que nos faz mais doutos do que os animais da terra e nos faz mais sábios do que as aves dos céus?

661

Morará na sua tenda aquele que nada lhe era; espalhar-se -á enxofre sobre a sua habitação.

662

Se envelhecer na terra a sua raiz, e morrer o seu tronco no pó,

663

A luz se escurecerá nas suas tendas, e sua lâmpada sobre ele se apagará.

664

(pese-me em balanças fiéis, e saberá Deus a minha sinceridade);

665

Se deveras vos levantais contra mim e me arguís pelo meu opróbrio,

666

Os seus ossos são como tubos de bronze; a sua ossada é como barras de ferro.

667

Eis que clamo: Violência! Mas não sou ouvido; grito: Socorro! Mas não há justiça.

668

Porque, segundo a obra do homem, ele lhe paga; e faz que cada um ache segundo o seu caminho.

669

Porque é fogo que consome até à perdição e desarraigaria toda a minha renda.

670

Visto que os meus pensamentos me fazem responder, eu me apresso.

671

Ou voa o gavião pela tua inteligência, estendendo as suas asas para o sul?

672

Eles foram arrebatados antes do seu tempo; sobre o seu fundamento um dilúvio se derramou.

673

Dos rochedos faz sair rios, e o seu olho descobre todas as coisas preciosas.

674

porquanto não sentiu sossego no seu ventre, da sua tão desejada fazenda coisa nenhuma reterá.

675

Olhai para mim e pasmai; e ponde a mão sobre a boca,

676

Ao Todo-poderoso não podemos alcançar; grande é em poder; porém a ninguém oprime em juízo e grandeza de justiça.

677

Não se lhe igualará o topázio da Etiópia, nem se pode comprar por ouro puro.

678

A chuva, porventura, tem pai? Ou quem gera as gotas do orvalho?

679

O meu bafo se fez estranho a minha mulher; e a minha súplica, aos filhos do meu corpo.

680

Porque por seus próprios pés é lançado na rede e andará nos fios enredados.

681

sabei agora que Deus é que me transtornou e com a sua rede me cercou.

682

És tu, porventura, o primeiro homem que foi nascido? Ou foste gerado antes dos outeiros?

683

Deveras, orará a Deus, que se agradará dele, e verá a sua face com júbilo, e restituirá ao homem a sua justiça.

684

Não se dará por ela ouro fino, nem se pesará prata em câmbio dela.

685

Ele sela as mãos de todo homem, para que conheçam todos os homens a sua obra.

686

Ele edifica a sua casa como a traça, e como o guarda que faz a cabana.

687

Ou deleitar-se -á no Todo-poderoso ou invocará a Deus em todo o tempo?

688

Eis que, como jumentos monteses no deserto, saem à sua obra, madrugando para a presa; o campo raso dá mantimento a eles e aos seus filhos.

689

Fareis aceitação da sua pessoa? Contendereis por Deus?

690

Mas a mim me pôs por um provérbio dos povos, de modo que me tornei uma abominação para eles.

691

Porque ao seu coração encobriste o entendimento, pelo que não os exaltarás.

692

contudo, a sua comida se mudará nas suas entranhas; fel de áspides será interiormente.

693

como o seu próprio esterco perecerá para sempre; e os que o viam dirão: Onde está?

694

Diziam a Deus: Retira-te de nós. E: Que foi que o Todo-poderoso nos fez?

695

Não verá as correntes, os rios e os ribeiros de mel e manteiga.

696

O laço o apanhará pelo calcanhar, e prevalecerá contra ele o salteador.

697

De que ventre procede o gelo? E quem gera a geada do céu,

698

As suas fortes escamas são excelentíssimas, cada uma fechada como com selo apertado.

699

Ou ordenarás aos raios que saiam e te digam: Eis-nos aqui?

700

(também não deixei pecar o meu paladar, desejando a sua morte com maldição);

701

Então, morreu Jó, velho e farto de dias.

702

Cinge agora os teus lombos como varão; eu te perguntarei a ti, e tu me responderás.

703

À minha justiça me apegarei e não a largarei; não me remorderá o meu coração em toda a minha vida.

704

Já dez vezes me envergonhastes; vergonha não tendes de contra mim vos endurecerdes.

705

Certamente, vos repreenderá, se em oculto fizerdes distinção de pessoas.

706

Nem se pode comprar por ouro fino de Ofir, nem pelo precioso ônix, nem pela safira.

707

Atentamente ouvi o movimento da sua voz e o sonido que sai da sua boca.

708

O seu hálito faz acender os carvões; e da sua boca sai chama.

709

Seus filhos chupam o sangue; e onde há mortos, ela aí está.

710

Todo o alto vê; é rei sobre todos os filhos de animais altivos.

711

Clamo a ti, mas tu não me respondes; estou em pé, mas para mim não atentas.

712

De madrugada se levanta o homicida, mata o pobre e necessitado e de noite é como o ladrão.

713

Desde as cidades gemem os homens, e a alma dos feridos clama; e, contudo, Deus lho não imputa como loucura.

714

quando prescreveu uma lei para a chuva e caminho para o relâmpago dos trovões,

715

Porque estou cheio de palavras; o meu espírito me constrange.

716

Engoliu fazendas, mas vomitá-las -á; do seu ventre, Deus as lançará.

717

Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito e muitas coisas como estas ainda tem consigo.

718

e o guarde, e o não deixe, antes, o retenha no seu paladar,

719

então, abre os ouvidos dos homens, e lhes sela a sua instrução,

720

Encobre a face do seu trono e sobre ela estende a sua nuvem.

721

O seu coração é firme como uma pedra e firme como a mó de baixo.

722

Levantando-se ele, tremem os valentes; em razão dos seus abalos, ficam fora de si.

723

Dos justos não tira os seus olhos; antes, com os reis no trono os assenta para sempre, e assim são exaltados.

724

As vossas memórias são como a cinza; as vossas alturas, como alturas de lodo.

725

Se ele aquietar, quem, então, inquietará? Se encobrir o rosto, quem, então, o poderá contemplar, seja para com um povo, seja para com um homem só?

726

Com boa ordem exporia ante ele a minha causa e a minha boca encheria de argumentos.

727

O que, lisonjeando, fala aos amigos, também os olhos de seus filhos desfalecerão.

728

Das recâmaras do sul sai o pé de vento e, do norte, o frio.

729

E os hipócritas de coração amontoam para si a ira; e amarrando-os ele, não clamam por socorro.

730

Eis que vim de Deus, como tu; do lodo também eu fui formado.

731

Deus guarda a sua violência para os filhos deles, e aos ímpios dá o pago, para que o conheçam.

732

E dizia: no meu ninho expirarei e multiplicarei os meus dias como a areia.

733

Encherás a sua pele de ganchos, ou a sua cabeça de arpéus de pescadores?

734

Porque, que prazer teria na sua casa depois de si, cortando-se-lhe o número dos seus meses?

735

Pelo assopro de Deus, se dá a geada, e as largas águas se endurecem.

736

E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.

737

O meu caminho ele entrincheirou, e não posso passar; e nas minhas veredas pôs trevas.

738

Eis que nisto te respondo: Não foste justo; porque maior é Deus do que o homem.

739

Entrega-me Deus ao perverso e nas mãos dos ímpios me faz cair.

740

se os seus lombos me não abençoaram, se ele não se aquentava com as peles dos meus cordeiros;

741

Mas Deus livrou a minha alma de ir para a cova; e a minha vida verá a luz.

742

ouvindo-me algum ouvido, me tinha por bem-aventurado; vendo-me algum olho, dava testemunho de mim;

743

Porventura, têm número os seus exércitos? E para quem não se levanta a sua luz?

744

Os seus ossos estão cheios do vigor da sua juventude, mas deitar-se-ão com ele no pó.

745

Porventura, não terão fim estas palavras de vento? Ou que te irrita, para assim responderes?

746

Respondeu mais Eliú e disse:

747

Eis que o meu ventre é como o mosto, sem respiradouro, e virá a arrebentar como odres novos.

748

Não há trevas nem sombra de morte onde se escondam os que praticam a iniquidade.

749

Mas, na verdade, tornai todos vós e vinde cá; porque sábio nenhum acho entre vós.

750

Que sabes tu, que nós não saibamos? Que entendes, que não haja em nós?

751

Deita-se debaixo das árvores sombrias, no esconderijo dos canaviais e da lama.

752

A bênção do que ia perecendo vinha sobre mim, e eu fazia que rejubilasse o coração da viúva.

753

Essa vereda, a ignora a ave de rapina, e não a viram os olhos da gralha.

754

O vento oriental o levará, e ir-se -á; varrê-lo -á com ímpeto do seu lugar.

755

Então, também eu de ti confessarei que a tua mão direita te haverá livrado.

756

Levam o jumento do órfão; tomam em penhor o boi da viúva.

757

Se alguém lhe tocar com a espada, essa não poderá penetrar, nem lança, dardo ou flecha.

758

As suas casas têm paz, sem temor; e a vara de Deus não está sobre eles.

759

Ninguém há tão atrevido, que a despertá-lo se atreva; quem, pois, é aquele que ousa erguer-se diante de mim?

760

Ao soar das buzinas, diz: Eia! E de longe cheira a guerra, e o trovão dos príncipes, e o alarido.

761

E, se estão presos em grilhões e amarrados com cordas de aflição,

762

Por que razão contendes com ele? Porque ele não dá contas de nenhum dos seus feitos.

764

Ele o envia por debaixo de todos os céus e a sua luz, até aos confins da terra.

765

Os grandes não são os sábios, nem os velhos entendem o que é reto.

766

ao cheiro das águas, brotará e dará ramos como a planta.

767

Sobrevieram-me pavores; como vento perseguem a minha honra, e como nuvem passou a minha felicidade.

768

Porventura, não chorei sobre aquele que estava aflito, ou não se angustiou a minha alma pelo necessitado?

769

Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder, nos músculos do seu ventre.

770

Então, foram Elifaz, o temanita, e Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita, e fizeram como o SENHOR lhes dissera; e o SENHOR aceitou a face de Jó.

771

Eu era o olho do cego e os pés do coxo;

772

De míngua e fome se debilitaram; e recolhiam-se para os lugares secos, tenebrosos, assolados e desertos.

773

Quando fazia resplandecer a sua candeia sobre a minha cabeça, e eu, com a sua luz, caminhava pelas trevas;

774

como era nos dias da minha mocidade, quando o segredo de Deus estava sobre a minha tenda;

775

Por que somos tratados como animais, e como imundos aos vossos olhos?

776

Trocaram a noite em dia; a luz está perto do fim, por causa das trevas.

777

As minhas razões sairão da sinceridade do meu coração; e a pura ciência, dos meus lábios.

778

Ou tem o Todo-poderoso prazer em que tu sejas justo, ou lucro algum em que tu faças perfeitos os teus caminhos?

779

Por baixo, se secarão as suas raízes, e, por cima, serão cortados os seus ramos.

780

Do seu nariz procede fumaça, como de uma panela fervente, ou de uma grande caldeira.

781

Se opera à mão esquerda, não o vejo; encobre-se à mão direita, e não o diviso.

782

seja para correção, ou para a sua terra, ou para beneficência, que a faça vir.

783

Com ela se não pode comparar o ouro ou o cristal; nem se trocará por jóia de ouro fino.

784

então, que faria eu quando Deus se levantasse? E, inquirindo a causa, que lhe responderia?

785

Dentro dos seus muros fazem o azeite; pisam os lagares e ainda têm sede.

786

Os meus domésticos e as minhas servas me reputaram como um estranho; vim a ser um estrangeiro aos seus olhos.

787

ele deixa os seus ovos na terra e os aquenta no pó.

788

O homem pôs fim às trevas e até à extremidade ele esquadrinha, procurando as pedras na escuridão e na sombra da morte.

789

Seus olhos vêem a sua ruína, e ele bebe do furor do Todo-poderoso.

790

Até os rapazes me desprezam, e, levantando-me eu, falam contra mim.

791

Restituirá o seu trabalho e não o engolirá; conforme o poder de sua mudança, não saltará de gozo,

792

Deus entende o seu caminho, e ele sabe o seu lugar.

794

ou sozinho comi o meu bocado, e o órfão não comeu dele

795

para desviar a sua alma da cova e a sua vida, de passar pela espada.

796

Porquanto há furor, guarda-te de que, porventura, não sejas levado pela tua suficiência, nem te desvie a grandeza do resgate.

797

Porventura, eu me queixo a algum homem? Mas, ainda que assim fosse, por que se não angustiaria o meu espírito?

798

Se amontoar prata como pó, e aparelhar vestes como lodo,

799

Chamei a meu criado, e ele me não respondeu; cheguei a suplicar com a minha boca.

800

Os músculos da sua carne estão pegados entre si; cada um está firme nele, e nenhum se move.

801

Está escondida debaixo da terra uma corda; e uma armadilha, na vereda.

802

Lembra-te de engrandecer a sua obra que os homens contemplam.

803

No campo, segam o seu pasto e vindimam a vinha do ímpio.

804

Uma vez tenho falado e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém não prosseguirei.

805

A sua memória perecerá na terra, e pelas praças não terá nome.

806

Porventura, segundo a grandeza de seu poder contenderia comigo? Não; antes, cuidaria de mim.

807

Cada um baterá contra ele as palmas das mãos e do seu lugar o assobiará. 

808

ao qual dei o ermo por casa e a terra salgada, por moradas?

809

Não me calarei a respeito dos seus membros, nem da relação das suas forças, nem da graça da sua compostura.

810

Onde está o caminho em que se reparte a luz, e se espalha o vento oriental sobre a terra?

811

Eliú, porém, esperou para falar a Jó, porquanto tinham mais idade do que ele.

812

Vede, porém, que o seu bem não está na mão deles; esteja longe de mim o conselho dos ímpios!

813

Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela.

814

Então, ela, segundo o seu prudente conselho, se espalha em roda, para que faça tudo quanto lhe ordena sobre a superfície do mundo habitável;

815

Se andei com vaidade, e se o meu pé se apressou para o engano

816

Se fores justo, que lhe darás, ou que receberá da tua mão?

817

Por que te arrebata o teu coração e por que piscas os teus olhos,

818

Ainda que a sua altura suba até ao céu, e a sua cabeça chegue até às nuvens,

819

Os teus companheiros farão dele um banquete, ou o repartirão entre os negociantes?

820

Ele quebranta os fortes, sem que se possa inquirir, e põe outros em seu lugar.

821

se os meus passos se desviaram do caminho, e se o meu coração segue os meus olhos, e se às minhas mãos se apegou alguma coisa,

822

O seu poder será faminto, e a destruição está pronta ao seu lado.

823

Pavores se apoderam dele como águas; de noite, o arrebatará a tempestade.

824

Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel?

825

Uma à outra se chega tão perto, que nem um assopro passa por entre elas.

826

Por causa da grandeza da opressão eles clamam; eles clamam por causa do braço dos grandes.

827

Na verdade, quem disse a Deus: Sofri, não pecarei mais;

828

Por um pouco se alçam e logo desaparecem; são abatidos, encerrados como todos os outros e cortados como as pontas das espigas.

829

se me alegrei de que era muita a minha fazenda e de que a minha mão tinha alcançado muito;

830

Não deste água a beber ao cansado e ao faminto retiveste o pão.

831

Eles morrem na mocidade, e a sua vida perece entre os sodomitas.

832

A madre se esquecerá deles, os vermes os comerão gostosamente; nunca mais haverá lembrança deles, e a iniquidade se quebrará como a árvore.

833

E fez inflamar contra mim a sua ira e me reputou para consigo como um de seus inimigos.

834

Ouvi agora a minha defesa e escutai os argumentos dos meus lábios.

835

Em verdade, os montes lhe produzem pasto, onde todos os animais do campo folgam.

836

Abominam-me, e fogem para longe de mim, e no meu rosto não se privam de cuspir.

837

e o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão,

838

Fazem com que os nus vão sem veste e aos famintos tiram as espigas.

839

Esconde-os juntamente no pó; ata-lhes os rostos em oculto.

840

Porventura, não vos espantará a sua alteza? E não cairá sobre vós o seu temor?

841

Contra ele rangem a aljava, o ferro flamante da lança e o dardo.

842

Escarva a terra, e folga na sua força, e sai ao encontro dos armados.

843

Os seus filhos procurarão agradar aos pobres, e as suas mãos restaurarão a sua fazenda.

844

Nunca a pisaram filhos de animais altivos, nem o feroz leão passou por ela.

845

Eis que a sua esperança falhará; porventura, nenhum à sua vista será derribado?

846

Endurece-se para com seus filhos, como se não fossem seus; debalde é seu trabalho, porquanto está sem temor.

847

Afligem a estéril que não dá à luz e à viúva não fazem bem;

848

de modo que a sua vida abomina até o pão; e a sua alma, a comida apetecível.

849

Quem abriria as portas do seu rosto? Pois em roda dos seus dentes está o terror.

850

Eis que um rio trasborda, e ele não se apressa, confiando que o Jordão possa entrar na sua boca.

851

a minha honra se renovava em mim, e o meu arco se reforçava na minha mão.

852

Pelo que já se escureceram de mágoa os meus olhos e já todos os meus membros são como a sombra;

853

Porque isso seria uma infâmia e delito, pertencente aos juízes.

854

e a sua alma se vai chegando à cova; e a sua vida, ao que traz morte.

855

Tens por direito dizeres: Maior é a minha justiça do que a de Deus?

856

Ou te repreende pelo temor que tem de ti, ou entra contigo em juízo?

857

Ouvindo-me, esperavam e em silêncio atendiam ao meu conselho.

858

Porque Deus o privou de sabedoria e não lhe repartiu entendimento.

859

Atenta para os céus e vê; e contempla as mais altas nuvens, que estão mais altas do que tu.

860

Fará ele concertos contigo, ou o tomarás tu por escravo para sempre?

861

As árvores sombrias o cobrem com a sua sombra; os salgueiros do ribeiro o cercam.

862

Porventura, Deus ouvirá o seu clamor, sobrevindo-lhe a tribulação?

863

Porque a manhã, para todos eles, é como sombra de morte; porque, sendo conhecidos, sentem os pavores da sombra da morte.

864

No seu pescoço pousa a força; perante ele, até a tristeza salta de prazer.

865

Umas às outras se ligam; tanto aderem entre si, que não se podem separar.

866

Os justos o viram e se alegraram, e o inocente escarneceu deles,

867

o que não vejo, ensina-mo tu; se fiz alguma maldade, nunca mais a hei de fazer?

868

então, moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela.

869

A sua semente se estabelece com eles perante a sua face; e os seus renovos, perante os seus olhos.

870

e dos ímpios se desvia a sua luz, e o braço altivo se quebranta.

871

Limpo estou, sem transgressão; puro sou; e não tenho culpa.

872

De que também me serviria a força das suas mãos, força de homens cuja velhice esgotou-lhes o vigor?

873

As suas pedras são o lugar da safira e têm pós de ouro.

874

até aos poderosos arrastam com a sua força; se eles se levantam, não há vida segura.

875

São ligeiros sobre a face das águas; maldita é a sua porção sobre a terra; não voltam pelo caminho das vinhas.

876

Porque, quando me lembro disto, me perturbo, e a minha carne é sobressaltada de horror.

877

para chover sobre uma terra onde não há ninguém e no deserto, em que não há gente;

878

Também com a umidade carrega as grossas nuvens e esparge a nuvem da sua luz.

879

Eles, num momento, morrem; e, até à meia-noite, os povos são perturbados e passam, e os poderosos são tomados sem mão.

880

Eram filhos de doidos e filhos de gente sem nome e da terra eram expulsos.

881

Mas para o violento era a terra, e o homem tido em respeito habitava nela.

882

se a alguém vi perecer por falta de veste e, ao necessitado, por não ter coberta;

883

Sacudindo-se e removendo-se, escarva a terra e não faz caso do som da buzina.

884

Por isso, me perturbo perante ele; e quando isto considero, temo-me dele.

885

Eis que ele acha contra mim ocasiões e me considerou como seu inimigo.

886

Os que ficarem dele, na morte serão enterrados, e as suas viúvas não chorarão.

887

Brincarás com ele, como se fora um passarinho, ou o prenderás para tuas meninas?

888

O olho que o viu jamais o verá, nem olhará mais para ele o seu lugar.

889

não falarão os meus lábios iniquidade, nem a minha língua pronunciará engano.

890

Os rios tapa, e nem uma gota sai deles, e tira para a luz o que estava escondido.

891

E agora derrama-se em mim a minha alma; os dias da aflição se apoderaram de mim.

892

Se pecares, que efetuarás contra ele? Se as tuas transgressões se multiplicarem, que lhe farás?

893

Quem descobriria a superfície da sua veste? Quem entrará entre as suas queixadas dobradas?

894

Ou te fiarás dele que te torne o que semeaste e o recolha na tua eira?

895

Seus filhos enrijam, crescem com o trigo, saem, e nunca mais tornam para elas.

896

ou trevas, em que nada vês; e a abundância de águas te cobre.

897

Ou dir-se -á a um rei: Oh! Belial? Ou, aos príncipes: Oh! Ímpios?

898

Para quem proferiste palavras? E de quem é o espírito que saiu de ti?

899

Clamam, porém ele não responde, por causa da arrogância dos maus.

900

Rico se deita e não será recolhido; seus olhos abre e ele não será.

901

Por isso, o temem os homens; ele não respeita os que são sábios no coração. 

902

Porventura, multiplicará as suas suplicações para contigo? Ou brandamente te falará?

903

O homem não lhe conhece o valor; não se acha na terra dos viventes.

904

Ouvi vós, sábios, as minhas razões; e vós, instruídos, inclinai os ouvidos para mim.

905

os retos pasmarão disto, e o inocente se levantará contra o hipócrita.

906

Ora, ele enchera de bens as suas casas; pelo que, longe de mim o conselho dos ímpios!

907

Que homem há como Jó, que bebe a zombaria como água?

908

Porque o castigo de Deus era para mim um assombro, e eu não podia suportar a sua grandeza.

909

Desviam do caminho os necessitados; e os miseráveis da terra juntos se escondem.

910

A terra, de onde procede o pão, embaixo é revolvida como por fogo.

911

Ou espantá-lo-ás, como ao gafanhoto? Terrível é o fogoso respirar das suas ventas.

912

e quebrava os queixais do perverso e dos seus dentes tirava a presa.

913

Porque disse: De nada aproveita ao homem o comprazer-se em Deus.

914

Tornaste-te cruel contra mim; com a força da tua mão resistes violentamente.

915

Também teve sete filhos e três filhas.

916

arguindo com palavras que de nada servem e com razões que de nada aproveitam?

917

Ri-se do temor, e não se espanta, e não torna atrás por causa da espada.

918

Eis que tudo isto é obra de Deus, duas e três vezes para com o homem,

919

Porventura, o que aborrecesse o direito governaria? E quererás tu condenar aquele que é justo e poderoso?

920

Porventura, não é a perdição para o perverso, e o desastre, para os que praticam iniquidade?

921

Quem numerará as nuvens pela sabedoria? Ou os odres dos céus, quem os abaixará,

922

porque me esperavam como à chuva; e abriam a boca como à chuva tardia.

923

Porque por estas coisas julga os povos e lhes dá mantimento em abundância.

924

E Deus lançará isto sobre ele e não o poupará; irá fugindo da sua mão.

925

para desviar a sua alma da perdição e o alumiar com a luz dos viventes.

926

Se os seus filhos se multiplicarem, será para a espada, e os seus renovos se não fartarão de pão.

927

Podê-lo-iam, porventura, caçar à vista de seus olhos, ou com laços lhe furar o nariz?

928

Todavia, aguardando eu o bem, eis que me veio o mal; e, esperando eu a luz, veio a escuridão.

929

E revela isso aos seus ouvidos, para seu ensino, e lhes diz que se convertam da maldade.

930

então, caia do ombro a minha espádua, e quebre-se o meu braço desde o osso.

931

se eu levantei a mão contra o órfão, porque na porta via a minha ajuda,

932

para fazer que o clamor do pobre subisse até ele, e que ouvisse o clamor dos aflitos.

933

Quem lhe entregou o governo da terra? E quem dispôs a todo o mundo?

934

Porque Deus desatou a sua corda e me oprimiu; pelo que sacudiram de si o freio perante o meu rosto.

935

Nas penhas, mora e habita; no cume das penhas, e nos lugares seguros.

936

Se Deus lhes dá descanso, estribam-se nisso; seus olhos, porém, estão nos caminhos deles.

937

Com as mãos encobre a luz e a proíbe de passar por entre elas.

938

O que descobre nos montes é o seu pasto, e anda buscando tudo que está verde.

939

Ensinar-vos-ei o que é concernente à mão de Deus, e não vos encobrirei o que está com o Todo-poderoso.

940

Porque, na verdade, as minhas palavras não serão falsas; contigo está um que é sincero na sua opinião.

941

para apartar o homem do seu desígnio e esconder do homem a soberba;

942

logo, Jó em vão abre a sua boca e sem ciência multiplica palavras.

943

Também a sua ira se acendeu contra os seus três amigos; porque, não achando que responder, todavia, condenavam a Jó.

944

Põe a tua mão sobre ele, lembra-te da peleja e nunca mais tal intentarás.

945

A seu tempo se levanta ao alto; ri-se do cavalo e do que vai montado nele.

946

E agora não se pode ver o sol, que resplandece nos céus; mas, passando o vento e purificando-os,

947

Porque Jó disse: Sou justo, e Deus tirou o meu direito.

948

Porque está encoberta aos olhos de todo vivente e oculta às aves do céu.

949

Ri-se do arruído da cidade; não ouve os muitos gritos do exator.

950

Ou podes levantar a tua voz até às nuvens, para que a abundância das águas te cubra?

951

Saberia as palavras com que ele me responderia e entenderia o que me dissesse.

952

Dali, descobre a presa; seus olhos a avistam desde longe.

953

Ou confiarás nele, por ser grande a sua força, ou deixarás a seu cargo o teu trabalho?

954

Denegrido ando, mas não do sol; levantando-me na congregação, clamo por socorro.

955

A tua impiedade faria mal a outro tal como tu; e a tua justiça aproveitaria a um filho do homem.

956

se eu escolhia o seu caminho, assentava-me como chefe; e habitava como rei entre as suas tropas, como aquele que consola os que pranteiam. 

957

Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu ensina-me.

958

À direita se levantam os moços; empurram os meus pés e preparam contra mim os seus caminhos de destruição.

959

E quanto ao que disseste, que o não verás, juízo há perante ele; por isso, espera nele.

960

Na terra, não há coisa que se lhe possa comparar, pois foi feito para estar sem pavor.

961

os príncipes continham as suas palavras e punham a mão sobre a boca;

962

Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão.

963

De noite, se me traspassam os meus ossos, e o mal que me corrói não descansa.

964

Trasborda o ribeiro até ao que junto dele habita, de maneira que se não pode passar a pé; então, intervém o homem, e as águas se vão.

965

Porém, se o não ouvirem, à espada serão passados e expirarão sem conhecimento.

966

quando debaixo de pedras as águas se escondem, e a superfície do abismo se coalha?

967

Depois disto, brama com grande voz, troveja com a sua alta voz; e, ouvida a sua voz, não tarda com estas coisas.

968

Porque não precisa considerar muito no homem para o fazer ir a juízo diante de Deus.

969

Então, falarei e não o temerei; porque, assim, não estou em mim.

970

E se esquece de que algum pé os pode pisar, ou de que podem calcá-los os animais do campo.

971

onde estaria, então, agora, a minha esperança? Sim, a minha esperança, quem a poderá ver?

972

O que nos dá a entender o seu pensamento, como também aos gados, acerca do temporal que sobe. 

973

Eis que aguardei as vossas palavras, e dei ouvidos às vossas considerações, até que buscásseis razões.

974

Bramavam entre os arbustos e ajuntavam-se debaixo das urtigas.

975

para habitarem nos barrancos dos vales e nas cavernas da terra e das rochas.

976

Desaparece a sua carne a olhos vistos; e os seus ossos, que se não viam, agora aparecem;

977

Na verdade, tu falaste aos meus ouvidos; e eu ouvi a voz das tuas palavras; dizias:

978

Porventura, também se poderão entender a extensão das nuvens e os trovões da sua tenda?

979

Vendo, pois, Eliú que já não havia resposta na boca daqueles três homens, a sua ira se acendeu.

980

Levantas-me sobre o vento, fazes-me cavalgar sobre ele e derretes-me o ser.

981

Lançou-me na lama, e fiquei semelhante ao pó e à cinza.

982

Se me ria para eles, não o criam e não faziam abater a luz do meu rosto;

983

Certo é que Deus não ouvirá a vaidade, nem atentará para ela o Todo-poderoso.

984

Ou com o teu entendimento chegaste às larguras da terra? Faze-mo saber, se sabes tudo isto.

985

O que é direito escolhamos para nós; e conheçamos entre nós o que é bom.

986

O meu íntimo ferve e não está quieto; os dias da aflição me surpreenderam.

987

Acabada a minha palavra, não replicavam, e minhas razões destilavam sobre eles;

988

Ali, o reto pleitearia com ele, e eu me livraria para sempre do meu juiz.

989

Ou de como as tuas vestes aquecem, quando do sul há calma sobre a terra?

990

nas trevas minam as casas que de dia assinalaram; não conhecem a luz.

991

Espera-me um pouco, e mostrar-te-ei que ainda há razões a favor de Deus.

992

E caminha em companhia dos que praticam a iniquidade, e anda com homens ímpios?

993

dizendo: Na verdade, os ímpios foram destruídos, e o fogo consumiu o resto deles.

994

Pelas correntes das montanhas são molhados e, não tendo refúgio, abraçam-se com as rochas.

995

a voz dos chefes se escondia, e a sua língua se pegava ao seu paladar;

996

quando se funde o pó numa massa, e se pegam os torrões uns aos outros?

997

Desde longe repetirei a minha opinião; e ao meu Criador atribuirei a justiça.

998

Ora, ele não dirigiu contra mim palavra alguma, nem lhe responderei com as vossas palavras.

999

Para que o homem hipócrita nunca mais reine, e não haja laços no povo.

1000

a qual as nuvens destilam e gotejam sobre o homem abundantemente.